Edgar Serrano, presidente da Fenainfo (Federação Nacional das Empresas de Informática), esteve em Brasília na data (23/05/2018) em que foi votado pelo Plenário da Câmara de Deputados o Projeto de Lei nº 8456/2017 que trata da reoneração da folha de pagamentos de diversos setores. Em entrevista, ele analisa o resultado da decisão da Câmara.
Para Serrano, o resultado da votação que manteve a desoneração do setor de TI, se confirmado também no Senado, será de fato uma vitória até 31 de dezembro de 2020, mas não o fim da batalha. “Ou seja, ganhamos 30 meses para nos fortalecer ainda mais, nos articular e mostrar ao novo governo a importância estratégica do setor para o desenvolvimento do País, que é um dos poucos, que há anos, vem mantendo um sólido e constante crescimento, visto ser protagonista de primeira hora da revolução digital que a informática e a internet vêm proporcionando na economia e na vida das pessoas”.
O presidente da Fenainfo ressaltou o apoio do relator do Projeto, deputado Orlando Silva (PCdoB/SP), para a desoneração fosse mantida. “Os serviços desenvolvidos pelo setor de TI impactam diretamente em diversos setores da economia (comércio, indústria ou serviços), e o parlamentar compreendeu a importância do setor. Esteve aberto ao diálogo, assim como nós. Entendemos que a sociedade precisa se unir em torno de modificações que realmente precisam ser feitas, sabemos que há muitas pendências, mas não é sufocando os setores produtivos com impostos que vamos promover mudanças. Estamos no limite de nossa matriz tributária. É impossível crescer e desenvolver num ambiente assim”, afirma.
Edgar Serrano lembra que o Brasil é considerado o sétimo maior mercado do mundo, ficando atrás apenas dos países líderes do setor (EUA, China, Japão, Reino Unido, Alemanha e França). Em 2015, o mercado mundial de TI, movimentou mais de US$ 2,2 trilhões, segundo a International Data Corporation (IDC). Na América Latina, o Brasil é o líder do mercado com 49% dos investimentos da região e cerca de 1,8 milhão de profissionais empregados. As empresas de software e de serviços de informática respondem por 45% do mercado brasileiro de TI e 78% das exportações brasileiras no segmento. “A desoneração do setor não é prejuízo. É investimento no desenvolvimento do Brasil. Nós empregamos mais de 1 milhão de pessoas, podemos empregar muito mais. Devolvemos para a sociedade bons empregos, além dos benefícios tecnológicos que geramos”.
Segundo Serrano, o Brasil tem condições de produzir muito mais tecnologia, mas não diante das incertezas e ameaças como o aumento do PIS/COFINS, entre outras. “São muitas as batalhas. Agora temos que trabalhar junto aos relatores de dois Projetos de Lei, o 8182/2017 e o 2245/2007, para impedir a regulamentação da profissão. É de fundamental importância permanecermos mobilizados e unidos. A vigília e a parceria entre as entidades do setor, e o constante diálogo com os deputados e senadores devem ser mantidas”, alerta.
Publicado em: 25/05/2018 12:10:22
Fique por dentro das novidades do mercado e legislação.
Clique aqui para ler todas as notícias