Com novo satélite, Hughes aposta em expansão da banda larga no Brasil

Com novo satélite, Hughes aposta em expansão da banda larga no Brasil

Quando entrar em operação no começo do quarto trimestre, o satélite Telstar 19 Vantage dará à Hughes uma cobertura adicional de mil cidades no País. Segundo o presidente da Hughes Brasil, Rafael Guimarães, essa é a segunda etapa da expansão de cobertura e capacidade satelital para o serviço de banda larga HughesNet, que deverá chegar nos próximos meses a 100 mil acessos no País após dois anos de operação, e que ele afirma ser a maior base para serviço satelital na América do Sul. Mas há mais planos para o mercado brasileiro, o que envolve não apenas a conectividade direta e infraestrutura, mas um projeto usando Wi-Fi para tornar a banda larga mais acessível em comunidades carentes.

A primeira fase foi com o Echostar 65W, lançado em março de 2016, seguida pelo artefato da Telesat enviado à órbita no último final de semana. A próxima será com o Jupiter 3, satélite que deverá ser lançado em 2020 e levar cobertura adicional para o Brasil, além de mercados como Estados Unidos, Canadá e México. 

Além de dar maior robustez para o serviço de banda larga, a companhia acredita que está mais viável usar a capacidade satelital para backhaul para outras operadoras oferecerem serviço móvel. "O payload em bandas Ku e Ka começa a fazer mais sentido, mesmo sendo mais caro do que a fibra", conta. A vantagem óbvia é o alcance da cobertura do satélite, que pode chegar a regiões mais afastadas dos grandes centros. Guimarães entende que essa aplicação tem sido importante para as teles móveis, mesmo em casos de ser apenas uma solução temporária, enquanto a fibra ainda não chega.

Wi-Fi e Internet para Todos

A Hughes tem também projeto para oferecer conexão em comunidades carentes por meio do Wi-Fi. A operadora planeja em dois a três meses executar um piloto no Nordeste, provavelmente nos Estados de Alagoas, Sergipe ou Ceará. "É um modelo de negócios diferente, com parceiro local, normalmente varejista", explica o executivo. A companhia vai vender espécies de vouchers para o acesso à Internet, com possibilidades de pacotes de horas de uso ou de franquias.

O objetivo de usar o Wi-Fi é de tornar a conexão mais acessível. O executivo diz que a tecnologia é mais barata do que o acesso direto (em V-SAT) via satélite, mas mesmo assim pode popularizar o serviço HughesNet. Ele reitera que a companhia enxerga possibilidade de retorno com o modelo, tanto no backhaul para operadoras quanto no modelo da banda larga ao usuário final. "Nosso foco principal é o varejo, a banda larga", destaca. A principal concorrente da Hughes no mercado norte-americano, a ViaSat, tem projeto semelhante que pode ser usado com o SGDC no Brasil.

A operadora satelital gostaria inclusive de poder participar do programa Internet Para Todos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – claro, desde que não seja afetado pela liminar obtida pelo SindiTelebrasil que suspendeu os contratos do governo com a Telebras para o Gesac. A Hughes já protocolou no MCTIC o projeto para participar do programa. "Estamos interessados, mas [a política pública] está meio parada", afirmou Rafael Guimarães.

Tributação

Para o futuro, a previsão de Guimarães é a de maior eficiência com a expansão da capacidade satelital, o que poderia ajudar na oferta da banda larga, com maiores franquias conforme aumenta a demanda do consumidor, como aconteceu com a operação da Hughes nos Estados Unidos com o passar do tempo e com maior ecossistema de satélites cobrindo o país. O maior inimigo no Brasil, entretanto, continua sendo a tributação. "Alguém vai ter que tomar algum tipo de atitude", diz. "A TFI e a TFF são uma barbaridade, é non-sense", esbraveja.

O executivo sabe que o MCTIC e a Anatel têm mostrado simpatia à possibilidade de nivelar o Fistel das conexões por satélite a do SMP, mas lembra que depende uma medida só poderia partir do Congresso com alteração legislativa. Ultrapassada essa barreira, ele calcula que o preço do serviço poderia ser reduzido entre R$ 13 a R$ 15, "o que faz uma baita diferença para o consumidor".

Fonte: Teletime
http://teletime.com.br/27/07/2018/com-novo-satelite-hughes-aposta-em-expansao-da-banda-larga-no-brasil/


Publicado em: 30/07/2018 19:40:50