Brasil cria 13,9 mil empresas de tecnologia puxado por melhora na indústria

Brasil cria 13,9 mil empresas de tecnologia puxado por melhora na indústria

Puxado pela recuperação dos índices da indústria e pela expansão dos setores de telecomunicações e TI, o Brasil criou 13,9 mil empresas de tecnologia em 2017, aumento de 12% em relação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, o número de empresas que fecharam foi menor: 9,5 mil, redução de 9% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Os dados seguem a tendência observada na comparação de 2016 com 2015 — quando o número de empresas criadas também cresceu em ritmo mais acelerado e o de empresas fechadas diminuiu — e fazem parte de um estudo feito pela consultoria Neoway a partir de dados do CNAE (Cadastro Nacional de Atividades Econômicas).

A análise da Neoway corrobora a conclusão de outras duas feitas recentemente sobre o mercado brasileiro. Uma pesquisa da Abes (Associação Brasileira de Empresas de Software) divulgada em abril mostra que as empresas de tecnologia no país movimentaram US$ 38 bilhões em 2017, crescimento de 4,5% em relação ao ano anterior.

A área de telecomunicações, contabilizada separadamente no estudo da Abes, foi responsável por movimentar uma soma ainda maior, o equivalente a US$ 67 bilhões. Segundo a associação, o Brasil fica na nona colocação entre os países que mais expandiram seu mercado no ano passado.

Outro estudo, divulgado em março pelo Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), mostra que indústrias que necessitam de alta tecnologia tiveram crescimento mais forte em 2017 que indústrias que necessitam de média ou baixa tecnologia, o que também ajudou o setor.

A partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e com metodologia da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Iedi estimou quanto cada setor industrial cresceu individualmente. Segundo o estudo, indústrias de eletrônicos (como TVs e computadores) tiveram aumento de 19,6% no ano passado — a expansão na atividade industrial como um todo, segundo o IBGE, foi de 2,2%.

Segundo a Neoway, há cerca de 195 mil empresas no Brasil registradas em ramos ligados à tecnologia. Isso inclui tanto companhias focadas em software e serviços, como a Oracle e a Google, quanto empresas cuja principal atividade está ligada a hardware, como a Dell. Por outro lado, o recorte não contempla empresas como o Facebook, registrada no CNAE sob a categoria "consultoria em publicidade", e a Microsoft, cuja matriz está registrada na categoria "atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto imobiliário".

Outro objetivo da análise feita pela consultoria é determinar quantas empresas se mantêm ativas. "No Brasil, muitas vezes as empresas ficam paradas, dá mais trabalho fechar do que mantê-la parada", diz o CEO da Neoway, Jaime de Paula. "Por isso, a gente monitora outros aspectos, como se a empresa tem site e presença em redes sociais."

Das 195 mil empresas do universo analisado, 14% têm nível de atividade entre baixo e inoperante, de acordo com a Neoway. A maioria (56%) apresenta nível médio e os 30% restantes têm nível alto de atividade. Esse índice mostra a probabilidade de cada empresa ainda estar operando, e um dos dados utilizados para chegar à conclusão é o pagamento de impostos federais, a partir do cadastro de devedores inscritos na dívida ativa da União.

Sete em cada dez empresas (69,3%) tem sede em algum estado do Sudeste. O Sul vem em segundo, com 15,5% das empresas, seguido de Nordeste (7,7%), Centro-oeste (5,8%) e Norte (1,8%). A concentração é ainda maior no quesito faturamento: 75% fica naquela região do país, segundo a estimativa da consultoria.

Fonte: https://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/09/14/brasil-cria-139-mil-empresas-de-tecnologia-puxado-por-melhora-na-industria.htm


Publicado em: 14/09/2018 12:00:49