Sem massificação da internet não há Transformação Digital, alerta a Confederação Nacional da Tecnologia e Comunicação

Sem massificação da internet não há Transformação Digital, alerta a Confederação Nacional da Tecnologia e Comunicação

A transformação digital já movimenta 7% do PIB nacional. E esse número só faz crescer a cada ano. A previsão é de que cerca de R$ 250 milhões sejam investidos, pelas empresas, somente no desenvolvimento de projetos de segurança da informação, internet das coisas e big data até 2021. Em 2017, foram investidos, no mercado nacional, R$ 399,8 bilhões em serviços de dados, banda larga e comandos por voz.

A economia digital, segundo a Accenture Consultoria, representou 22,5% do PIB brasileiro em 2016. “Todos esses dados, e as escolhas dos países desenvolvidos, que há tempos investem em tecnologia, nos revelam para onde a nossa economia deve caminhar.  A digitalização é imperativa para todos os setores produtivos. Estamos falando de sustentabilidade”, aponta Edgar Serrano, presidente da Confederação Nacional da Tecnologia da Informação e Comunicação – ConTIC, e da Federação Nacional das Empresas de Informática – Fenainfo.

O avanço da Inteligência Artificial em diagnósticos e terapêuticas médicas já é uma realidade. “Várias empresas produzindo carros voadores para lançar em 2020, enquanto isso, no Brasil, mais de um terço (39%) dos domicílios brasileiros ainda não tem nenhuma forma de acesso à internet, segundo a pesquisa TIC Domicílios, 2017”, afirma.

Segundo Edgar, é urgente e necessário que as políticas públicas deem prioridade para a internet e criem condições para sua massificação, para atender a parcela da população que hoje não tem acesso aos serviços, seja por questões de renda ou localização. Entre as soluções estão a modernização do marco regulatório e a utilização de recursos dos fundos setoriais, que já recolheram aos cofres públicos mais de R$ 90 bilhões desde 2001, e menos de 8% foram utilizados em benefício dos usuários dos serviços de telecomunicações.

O presidente da ConTIC ressalta que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são o principal motor do desenvolvimento econômico e social, especialmente em um cenário global de intenso crescimento e de grande demanda por conhecimento. As TICs são a engrenagem de todos os setores da economia. Além disso, é o setor que gera múltiplas oportunidades de emprego, em diversos segmentos, e que é capaz de atrair grandes somas de investimentos nacionais e estrangeiros. “O déficit de mão de obra no setor é gigantesco. Precisamos formar 1 milhão de jovens nos próximos 3 anos para atuar nas TICs”.

A necessidade de expansão da Internet enfrenta vários obstáculos no que diz respeito à ampliação da infraestrutura de telecomunicações num país com grandes dimensões territoriais e desigualdades sociais. No entanto, sabemos que já dispomos de inúmeras soluções para implementar o provimento de infraestrutura, ampliando a oferta de acesso à Internet com eficiência e economicidade.  Mas para isso, é necessário atualizar as regras, permitindo investimentos em internet e não mais em orelhões. 

“Precisamos romper com a carência de alfabetização digital da população. Essa exclusão é um entrave para o desenvolvimento da sociedade brasileira. Uma vez que a população esteja conectada, abre-se a possibilidade de desenvolvimento de diversos modelos de negócios.  À medida em que as crianças e jovens tenham contato com a tecnologia no contexto do ensino, ampliam-se a formação desse cidadão, proporcionando a ele chances de se desenvolver. Não estamos falando de algo absurdo, nossa população é majoritariamente urbana – 99,3% dos brasileiros vivem em centros urbanos. Foi isso inclusive, que nos tornou uma das maiores populações usuárias de redes sociais e terceiro maior mercado da Netflix”, declara ao reforçar que a tarefa de levar a todos o acesso à Internet deve ser o foco.

A previsão é de que em quatro anos, em vários países, as pessoas estarão imprimindo as próprias roupas, e produzindo materiais para montagem de casas e prédios, e conduzindo carros autônomos nos EUA e alguns outros países, de que os robôs domésticos serão capazes de fazer leitura labial e estarão acessíveis nos lares da classe média.

“No Brasil, ainda estamos discutindo a resolução do básico, enfrentando barreiras como a alta carga tributária. Nós temos condições de já ter médicos operando por robôs, estradas monitoradas, internet em todo o território para apoiar, principalmente, a agricultura, só para citar alguns exemplos. No entanto, não basta as empresas investirem. Precisamos com urgência de políticas públicas que vejam o desenvolvimento tecnológico como investimento. A inovação só acontece num ambiente de colaboração, e não inclui somente os aspectos tecnológicos, mas também de governança”, afirma.

Fonte: Broadcast Estadão

http://www.broadcast.com.br/cadernos/releases/?id=b3VsTVpmOW9OWWlQNlk0TFRKaERlQT09


Publicado em: 18/12/2018 11:52:30